Fechei o livro
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Fechei o
livro. Não porque o tenha acabado. Fechei porque não consigo escrever mais, não
consigo virar as páginas. Talvez até já o tenha acabado… Não queria escrever o
que escrevi, mas escrevi, devia orgulhar-me, pois não fosse isso não teria
escrito o que escrevi ontem. Melhor que hoje. Tenho pena de ver que são 3h00 no
relógio mas que eu queira ver o relógio no 5. Vamos aproveitar! Não aproveitemos!
Não quero continuar a escrever assim, não quero mapear o caminho certo.
Fiquemo-nos pelo errado. Menos pesado, mais leve. Menos belo, mais belo. O
livro fica na estante. Anoitece. Que amanheça sem sufixo! Que a chuva pare. Que
o livro não se molhe. Que o peso das pingas evapore. E volte ao mar. E volte à
terra. Voltarei ao livro. Para rabiscos. Disseram-me que regredi. Rabiscos são
de criança. Que bom ser criança! Regressão é evolução. Evolução é progressão. E
progressão é em frente. Quem estará certo? Quem estará no caminho? Voltarei ao
livro… Tragam-me lápis de cor!
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