Chovia
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Chovia. Não levo guarda-chuva.
Quem sabe se não afoga quem me governa.
Quem sabe se não me leva o nevoeiro que me retina.
Quem sabe se não me leva o nevoeiro que me retina.
Quem sabe se não molha a boca terrosa de pedras
lançadas sem catapulta. Que um dia cresça aqui uma árvore!
Quem sabe se não chega ao miocárdio e o arrefeça, o
congele. Que este sangue não percorra mais o meu corpo.
Quem sabe se não me faz correr.
Cheguei a casa.
-Vai-te secar! Estás toda molhada. Vais ficar
doente!
Não há toalhas que me sequem, que me impeçam…
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