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Sem nada para escrever, eu resolvi escrever.
Desde cima de um camião viajando, no cimo de uma
montanha, debaixo de água ou no meio do nada que de nada não tem nada porque há
sempre algo, eu resolvi escrever sem nada para dizer.
E aquela amargura presa no peito mandou-me escrever,
escrever por ajuda, por alguém que defronte os capitães que não a deixam
libertar e desfaça aquele nó na passagem mas eu não sei como fazê-lo.
E sem saber o que escrever, eu escrevo.
E alguém mandou-me dizer ao mundo que somos os
filhos em chama do céu mas eu não sei, não sei como escrevê-lo…
E eu quero, eu quero escrever uma página inteira,
talvez um livro que tenha lugar cativo numa estante mas eu não sei, não sei o
que escrever.
Mas eu olho pela janela, e vejo, vejo a vida que o sol
trouxe com ele e repartiu com tudo, nem isso me faz saber sobre o que escrever…
E eu vou, continuo assim sem saber o que escrever…
- E porquê que não falas?
- Desculpa, não te ouvi, está muita confusão aqui…
- Desculpa, não te ouvi, está muita confusão aqui…
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