Título indefinido
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Eram dias, noites… Continuava a ver a criança
fechada num quarto a tentar completar o puzzle… Faltavam sempre peças! A cada
dia que passava … A cada dia que passava o puzzle desmoronava uma parte e uma
peça desaparecia… Mas porquê que se isso acontecia ela continuava lá a tentar montá-lo?
Não sei há quanto tempo estou presa neste deserto apenas com esta miragem…
Não sei há quanto tempo estou presa neste deserto apenas com esta miragem…
E ela volta a segurar as peças… Estou nas mãos dela…
E eu tento, tento gritar, mas ela não me ouve e eu
grito mas o nevoeiro asfixia e eu só quero correr, escapar… Onde estás tu,
criança? Só numa miragem? Como posso realmente ver com este nevoeiro?
Oh criança para onde vão todas as peças perdidas,
roubadas? Quando terminas esse puzzle? Ouves-me? É preciso agora sair do
nevoeiro…
Espera… E se afinal eu estou vendo isto de forma
errada? Sorriu, e caminho em frente, é por ali o caminho, isto não é nevoeiro,
são nuvens! Estou no céu… Sorriu mas a miragem faz crescer raízes em mim, raízes
capazes de me fazer incapaz de prosseguir… Sorriu e consegui amarrar a criança,
era agora ou nunca, ela tinha de ser libertada…
-ACORDA! ACORDA! Olha só para o jardim!
E eu acordei, aquilo foi apenas um sonho…
-Olha para o jardim!
E eu olhei, a árvore que nunca tinha dado frutos,
tinha hoje um único fruto no final do único braço que apontava para o céu… E eu acordei, aquilo foi apenas um sonho…
-Olha para o jardim!
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